Existe relação entre Transtorno do Espectro Autista (TEA) e perda auditiva?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido por alterações físicas e funcionais do cérebro que, por consequência, influenciam o desenvolvimento motor, da linguagem e comportamental.
Cada diagnóstico de TEA é único e possui níveis diferentes, que podem desencadear consequências distintas, manifestadas ou não. Logo, é fundamental partirmos do ponto de que cada caso tem características próprias
Muitas vezes, pessoas com TEA têm hipersensibilidade relacionada aos sentidos, apresentando maior sensibilidade com texturas, toques e sons. Por isso, ambientes barulhentos ou que tenham sons repetitivos tendem a ser menos confortáveis.
Mas e a perda auditiva, tem relação com TEA?
A perda auditiva resulta de uma dificuldade total ou parcial de escutar sons, que pode acompanhar a pessoa desde o nascimento ou surgir ao longo da vida.
No caso de um bebê que nasce com deficiência auditiva, dizemos que é uma perda auditiva congênita. Já no caso da perda auditiva adquirida ao longo da vida, a causa pode derivar de infecções, acidentes com perfuração do tímpano, uso indevido de tecnologias, exposição a ruídos altos, envelhecimento natural, doenças… os motivos são diversos!
Entretanto, não existe uma correlação direta entre autismo e perda auditiva. O que pode acontecer é que muitos sintomas podem levar ao diagnóstico de TEA e da perda auditiva, o que gera certa confusão. Sendo assim, sempre busque um especialista para acompanhar os sintomas, para que o diagnóstico seja realizado de forma correta.
Ainda assim, embora não haja uma relação direta entre o autismo e a perda auditiva, alguns autistas podem apresentar problemas auditivos, uma vez que um quadro não exclui o outro. O transtorno do espectro autista faz com que a pessoa tenha dificuldade de comunicação e interação, enquanto a perda auditiva causa dificuldade de entender informações sonoras. Por isso, é essencial realizar a triagem auditiva neonatal (TAN) ainda nas primeiras horas de vida do recém-nascido. Com o procedimento, podemos identificar a perda auditiva de forma precoce.
Para que o diagnóstico seja assertivo, são realizados alguns exames, como a audiometria. Além disso, é possível solicitar o exame PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), que permite investigar a atividade elétrica no sistema auditivo quando há um estímulo acústico.
Durante a infância, é fundamental que os pais observem o comportamento dos filhos.
Isso porque crianças que têm perda auditiva costumam encontrar formas não verbais de se comunicar. Por outro lado, crianças com TEA não costumam tentar essa interação.
Quando o paciente tem o diagnóstico de perda auditiva e TEA, é preciso realizar um trabalho multidisciplinar para que ele aceite bem o tratamento para a perda auditiva, normalmente tratada com aparelhos auditivos.
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